domingo, 21 de março de 2010

"Imprudência"

Sob o título "Imprudência" a foto acima saiu publicada com bastante destaque na coluna Fotonotícia do Diário Popular ( 20/03, pág.5) jornal de maior circulação em Pelotas e região sul. A notícia ainda acrescenta: "Em alguma manhã da semana passada, um ciclista arrisca-se na contramão da rótula que une as avenidades Ferreira Vianna e Juscelino Kubitschek". Com esta são já várias notícias deste tipo nesta coluna sempre vinculando o ciclista a alguma ação de desrespeito ao trânsito e de temeridade. Frequentes ações cometidas por motoristas, certamente com muito maior risco, são ignoradas. Na foto acima, por exemplo, o maior risco pode estar presente no carro que passa à esquerda em direção a um cruzamento, logo adiante, onde são frequentes os acidentes. Estas notícias também sistematicamente ignoram o contexto da situação. No caso citado, por exemplo, fica difícil analisá-lo no seu todo se ignorarmos que se o destino do ciclista fôr, por exemplo, um hipermercado situado logo atrás das placas, a não seguir este caminho ele teria que fazer um contorno de várias centenas de metros enfrentando um tráfego movimentado. Sob este aspecto o caminho que ele está adotando, à falta de um outro proporcionado pelos responsáveis pelo trânsito, pode ser o mais lógico e até o mais seguro. O que fica claro na notícia é assim a permanente incompreensão com a importância da bicicleta como meio de transporte e, como consequência, a incompreensão também das características e peculiaridades associadas ao seu emprego o que é próprio do raciocínio elaborado a partir da lógica do motorista.

7 comentários:

  1. Amigo, não conheço a cidade e não consigo perceber na foto se o ciclista está indo contra-mão do fluxo. Mas, se qualquer ciclista desrespeita as regras de trânsito ele merece a devida punição. Não é porque inúmeros motoristas desrespeitam as Leis de trânsito que nós ciclistas podemos também desrespeitar só para poupar algums minutos. Se quisermos reconhecimento da sociedade devemos ser infinitamente melhores que os imprudentes. Logo, não devemos em hipótese alguma cometer erros propositalmente, NUNCA!

    RAFAEL (Cicloturista de Porto alegre).

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  2. A observação seria irretocável não fôra a consideração, que parece esquecida, que pedestres e ciclistas tem uma mobilidade própria.Querer submeter em 100% dos casos a mobilidade destes agentes à lógica e às regras da mobilidade de automóveis e veículos ainda mais pesados como ônibus e caminhões, pode significar aderir a um pensamento linear ditado justamente pelas peculiaridades destes veículos.Pretender que um ciclista tenha que se deslocar 1km para chegar exatamente no ponto de partir é tirar do emprego da bicicleta justamente o incentivo e as vantagens que ela proporciona.Sublinho que isto não tem a ver com quebrar regras , as regras é que precisam ser formuladas de modo que não se tornem obstáculos absurdos.

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  3. Concordo que não dá para aplicar 100% das regras de trânsito a bicicleta. Eu mesmo quebro várias no meu dia-a-dia, em prol da minha segurança. Mas no caso em questão de "contra-mão" eu considero sim uma imprudência. Na verdade costumo chamar de suicídio.
    Se a via em questão da foto for em contra-mão, ele está se expondo a um risco tremendo, pois o motorista não é obrigado a esperar que haja outro veículo (qualquer) em direção contrária e isso pode assustá-lo e causar acidente por culpa única e exclusiva do ciclista.
    Se ele tiver que dar uma volta de vários quarteirões para chegar a seu destino é uma falha de planejamento da estrutura viária, e andar na contra-mão não resolve esse problema. Que desça da bike e use as vias de pedestres.
    Infelizmente existe um senso comum, alguma idéia antiga, de que é mais seguro andar na contra-mão para ver os carros vindos, o que é um absurdo pois de nada adianta você ver os carros vindo se eles não te veêm. Seja visível no mesmo fluxo que em caso de acidente (mais improvável), o impacto é menor.

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  4. Concordo plenamente, o que eu procuro é explorar algums contradições e apontar também, como bem ressaltas, para falhas do sistema viário. Não defendo que os ciclistas andem contramão e como organizador de movimento pelo emprego da bicicleta nem seria irresponsável de fazê-lo. Aliás esta discussão já é antiga.
    O que levanto é que a "mão" do ciclista não deve ser necessariamente a "mão" imposta por um política de trânsito que é feita para o automóvel. O texto tem um jogo de significados mas é até para provocar o surgimento de contradições que nós próprios ciclistas alimentamos. E, na realidade,no caso específico, visa sobretudo chamar a atenção para uma postura frequente em meios de comunicação de apontar irregularidades dos ciclistas esquecendo muitas outras, a meu ver bem mais graves, cometidas por motoristas.
    Para leituras mais amenas sugiro Ciclistas Anônimos (www.ciclistasanonimos.com )
    Saudações Ciclísticas

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  5. As imprudências no trânsito acontecem porque muitas vezes o modo como o trânsito esta organizado,não da condicões favoráveis aos ciclistas como tambem aos pedestres.

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  6. As imprudências no trânsito acontece por que o modo como o mesmo esá organizado,muitas vezes nao são favoráveis tanto aos cicilstas como aos pedestres.

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  7. Anderson, é bem isto. O trânsito é organizado dentro da lógica do automóvel, os demais usuários devem se adaptar como podem. Só que às vezes isto é bem difícil e pode ser até "imprudente"

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