Com frequência surge alguma notícia atribuindo aos ciclistas algum tipo de comportamento inadequado e infrator no trânsito ou mesmo em outras circunstâncias.
A última notícia deste gênero está no Diário Popular de hoje ( 1°/04) na página oito onde se lê ( numa matéria sobre o corredor de ônibus da Dom Pedro II) : "... Mas já é possível perceber algumas infrações de trânsito no local, como bicicletas que utilizam o novo espaço como ciclovias".
O referido "novo espaço" --- na realidade já existente há vários anos e agora pavimentado com concreto --- no intervalo entre a passagem de um ônibus e outro, o que pode representar muitos minutos, fica livre se constituíndo, obviamente, num atrativo para os pobres ciclistas que, fora dali, precisam estar disputando seu lugar com apressados automóveis de vidros escuros quando não com veículos pesados.
Por um mecanismo psicológico muito comum, no entanto, os "ciclistas" passam a se constituir no segmento transgressor, a não se harmonizar com o quadro de otimismo gerado pelo corredor.
O questionamento que cabe ser feito, na verdade, é quanto à razão pela qual, disponibilizando uma pequena parte dos volumosos recursos destinados à pavimentação, inclusive de ruas históricas de paralepípedos, a administração municipal não se lembrou de fazer também ciclovias.
Neste momento parece que até chegar este dia os ciclistas não são cidadãos mas uma espécie de marginais que saem às ruas para tumultuar e infringir regras que parecem bem claras, especialmente aos motoristas mas também aos órgãos de comunicação, quanto a quem são os verdadeiros donos das ruas.
Eu não sei de quem é a responsabilidade deste comentário infeliz, se de algum entrevistado ou do próprio reporter, mas de qualquer forma eu fico impressionado como as pessoas emitem opiniões sem o mínimo conhecimento de causa ou sem, no mínimo, procurar se informar bem à respeito antes de fazer qualquer juízo de valor publicamente.
ResponderExcluirTodos os que se informam minimamente sobre isso sabem que na Europa e na Inglaterra é comum a utilização de pistas de ônibus compartilhadas com ciclofaixas, justamente pelo seu uso mais rarefeito do que as vias destinadas aos automóveis, prática esta que se mostra plenamente viável no dia a dia das cidades.
Mas, enfim, temos que conviver com isso...
Guto.