Por ocasião da intervenção na rua Santa Cruz algumas coisas ficaram manifestas.
Uma delas foi a demonstração da facilidade de se criar uma faixa para ciclistas.
Com um pouco de tinta, alguns cones para chamar a atenção e, pronto! , estava criada uma ciclofaixa.
Fica asssim explicitado que a inexistência de mais ciclofaixas é uma questão como se costuma dizer de vontade política.
Vontade que existiu ao se promover o asfaltamento indiscriminado de ruas centrais, inclusive muitas onde existia pavimentação de pedras regulares em pleno centro histórico, mas que faltou em não incluir nas dezenas de quilometros de ruas asfaltadas um metro sequer de faixa para ciclistas.
A Prefeitura, através de seu secretário, se defende falando na existência de 18 km de ciclofaixas.
Como só podem ser as que conhecemos muito bem -- das quais apenas a da Andrade Neves e do Laranjal mereceriam, talvez, este nome e que são resultado, ainda assim com precariedades, de um processo muito lento e assistemático -- esta declaração diz muito pouco.
Continuamos assim pedalando, numa cidade plana como Pelotas, para subir a ladeira íngreme da inexistência de uma visão mais lúcida do que representa a cidade.
E talvez tenhamos que nos dar por felizes quando nossos sonhos, pintados no asfalto, sejam os únicos a serem atropelados.
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