Na próxima sexta-feira, dia 25, às 21h. está programada uma BICICLETADA.
Saída do largo da Catedral S. F. De Paula em Pelotas
Divulguem! Venham todos com espirito integrador e com a intenção de mostrar que cidade queremos...
segunda-feira, 21 de março de 2011
terça-feira, 8 de março de 2011
domingo, 6 de março de 2011
Rua sem Saída
O atropelamento de Porto Alegre trouxe uma repercussão raramente vista envolvendo ciclistas. De imediato surgiram manifestações, interpretações e tomadas de posição as mais variadas. O movimento Massa Crítica caracteriza-se por intervenções que, em alguns momentos, são contestadas inclusive por integrantes de outros movimentos que propõem estratégias diferentes. Incidentes de carros atropelando manifestantes em bicicletadas são mais frequentes do que se possa imaginar. Nenhuma delas, no entanto, com o grau de violência e covardia quanto o de Porto Alegre onde o que decorria era uma manifestação alegre e descontraída que, aparentemente, pouco "transtorno" trazia ao tráfego. Mas, deixando de lado diferenças de interpretações, algumas mais de detalhe, o que mais nos chamou a atenção, conforme exposto desde o início aqui no PINHA LIVRE , foi a posição das "autoridades" que deixam claro, de uma forma que parece até inconsciente, ainda que em parte motivadas por não terem "autorizado" a manifestação, o pré-julgamento e o preconceito que tem em relação aos ciclistas e, por consequência, ao emprego da bicicletas nas cidades. Transcrevo, por isto, o texto de Walter Hupsel , divulgado pelo Yahoo ( http://colunistas.yahoo.net/posts/9187.html) , que enfoca de forma muito bem localizada, colocando-a ao mesmo tempo dentro de um contexto, esta questão.
Rua sem saída
Na semana passada aconteceu um ato bárbaro em Porto Alegre, mas poderia ser em qualquer cidade brasileira.Um motorista, dentro do seu possante Golf preto, irritado com a lentidão do trânsito a sua frente, simplesmente passou por cima de dezenas de ciclistas, fazendo um strike humano. São imagens chocantes da barbárie, pura e inconteste, que nos aterroriza exatamente porque nos mostra quem somos, campeões de violência e morte no trânsito.
A rua é a metáfora perfeita da vida em sociedade. Se nossa esfera privada pode ser a dita “casa”, a esfera pública é rua. É ela que pulsa e dá dinamismo à sociedade, mas, no nosso caso, é nela também que morremos abruptamente.
A rua, no Brasil, não foi pensada para o pedestre. As calçadas são estreitas e acidentadas, quando não ocupadas por carros. Andar por elas, quando possível, é um exercício de paciência e de risco. A rua foi feita para primazia do carro, para que o motorista tenha caminho mais livre, em detrimento do pedestre, do usuário do transporte coletivo ou do ciclista. Não é difícil perceber isso quando olhamos os orçamentos municipais destinados para cada um deles. Gasta-se uma fortuna em obras viárias para os automóveis enquanto pouquíssimo para metrô, ônibus ou ciclovias.
Somos, juntamente com os Estados Unidos, uma sociedade de carros. Fizemos essa opção lá atrás, e continuamos a fazê-la repetidamente. São escolhas políticas, pelo individualismo nefasto que se constrói contra o público, contra a rua. E a nossa rua, sempre refeita para que permaneça a mesma, é aquela que um conservador de boa cepa diagnosticou no começo do século 20: é a imunidade da propriedade, seja em relação aos subordinados, seja em relação ao Estado. É quase a extensão natural do domínio da Casa Grande. É, assim, o domínio da propriedade privada, e exclusiva, contra a esfera realmente pública.
A sociedade do automóvel é a sociedade do privado e do insulamento, que transforma o público em seus próprios domínios. Privatizamos a esfera pública, pois a mediamos através dos carros.
Escolhemos viver em condomínios fechados, em carros idem. Condomínios que nos dão a falsa sensação de isolamento de uma sociedade violenta. Mas é o próprio isolamento que a torna assim, numa lógica circular e viciosa. O carro é a manifestação extrema desse isolamento, e, por isso, também é o símbolo maior de status.
Quem não se lembra do comentarista José Carlos Prates reclamando, explicitamente, na maior rede de comunicação do Sul do país que hoje “qualquer miserável tem um carro”?
Prates faz coro ao novo queridinho da direita tosca – o Olavo de Carvalho de All Star, como denominou com perfeição Michel Blanco –, Luiz Felipe Pondé, que reclamou dos pobres terem transformado uma outrora ilha de iguais, o avião, em um churrasco na laje.
Grande paradoxo. Queremos o conforto, as benesses e os bens propagados pelo capitalismo como a última instância do Éden na terra, mas queremos que sejam bens exclusivos, que só alguns tenham acesso.
Logo depois do ato bárbaro do motorista de Porto Alegre, vozes das autoridades correram pra defendê-lo, ou ao menos para atenuar aquilo que pode ser definido como uma tentativa de homicídio qualificado.
O delgado criticou a vítima. Para esse douto senhor os ciclistas se expuseram ao risco ao não pedirem autorização ao poder público para fazerem a manifestação. E arrematou com uma brilhante frase: “Aqui não é a Líbia. Aqui tem toda a liberdade para fazer manifestação, desde que avisem as autoridades. Faz a tua manifestação, mas não impede o fluxo de automóveis. Se tu impedes, dá confusão, dá baderna, dá acidente. Fica o alerta”.
E a cereja do bolo fica por parte do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, que, quase tentando inocentar o sociopata do Golf, afirmou, horas depois da tentativa de homicídio, que a reunião de tantas bicicletas seria ilegal. Só faltou fazer coro com Jânio Quadros e dizer que as mulheres são as culpadas pelos estupros sofridos, já que não se vestem decentemente.
Inconscientemente, as autoridades ali não defendiam a pessoa que estava atrás do volante. Defendiam nosso legado, nossa rua como extensão da casa, privatizada, cujo símbolo maior é mesmo o carro. Agiram, assim, como advogados de defesa de uma sociedade segmentada, excludente, violenta. Defenderam o nosso legado, a nossa barbárie.
Chamem o ladrão!
Na semana passada aconteceu um ato bárbaro em Porto Alegre, mas poderia ser em qualquer cidade brasileira.Um motorista, dentro do seu possante Golf preto, irritado com a lentidão do trânsito a sua frente, simplesmente passou por cima de dezenas de ciclistas, fazendo um strike humano. São imagens chocantes da barbárie, pura e inconteste, que nos aterroriza exatamente porque nos mostra quem somos, campeões de violência e morte no trânsito.
A rua é a metáfora perfeita da vida em sociedade. Se nossa esfera privada pode ser a dita “casa”, a esfera pública é rua. É ela que pulsa e dá dinamismo à sociedade, mas, no nosso caso, é nela também que morremos abruptamente.
A rua, no Brasil, não foi pensada para o pedestre. As calçadas são estreitas e acidentadas, quando não ocupadas por carros. Andar por elas, quando possível, é um exercício de paciência e de risco. A rua foi feita para primazia do carro, para que o motorista tenha caminho mais livre, em detrimento do pedestre, do usuário do transporte coletivo ou do ciclista. Não é difícil perceber isso quando olhamos os orçamentos municipais destinados para cada um deles. Gasta-se uma fortuna em obras viárias para os automóveis enquanto pouquíssimo para metrô, ônibus ou ciclovias.
Somos, juntamente com os Estados Unidos, uma sociedade de carros. Fizemos essa opção lá atrás, e continuamos a fazê-la repetidamente. São escolhas políticas, pelo individualismo nefasto que se constrói contra o público, contra a rua. E a nossa rua, sempre refeita para que permaneça a mesma, é aquela que um conservador de boa cepa diagnosticou no começo do século 20: é a imunidade da propriedade, seja em relação aos subordinados, seja em relação ao Estado. É quase a extensão natural do domínio da Casa Grande. É, assim, o domínio da propriedade privada, e exclusiva, contra a esfera realmente pública.
A sociedade do automóvel é a sociedade do privado e do insulamento, que transforma o público em seus próprios domínios. Privatizamos a esfera pública, pois a mediamos através dos carros.
Escolhemos viver em condomínios fechados, em carros idem. Condomínios que nos dão a falsa sensação de isolamento de uma sociedade violenta. Mas é o próprio isolamento que a torna assim, numa lógica circular e viciosa. O carro é a manifestação extrema desse isolamento, e, por isso, também é o símbolo maior de status.
Quem não se lembra do comentarista José Carlos Prates reclamando, explicitamente, na maior rede de comunicação do Sul do país que hoje “qualquer miserável tem um carro”?
Prates faz coro ao novo queridinho da direita tosca – o Olavo de Carvalho de All Star, como denominou com perfeição Michel Blanco –, Luiz Felipe Pondé, que reclamou dos pobres terem transformado uma outrora ilha de iguais, o avião, em um churrasco na laje.
Grande paradoxo. Queremos o conforto, as benesses e os bens propagados pelo capitalismo como a última instância do Éden na terra, mas queremos que sejam bens exclusivos, que só alguns tenham acesso.
Logo depois do ato bárbaro do motorista de Porto Alegre, vozes das autoridades correram pra defendê-lo, ou ao menos para atenuar aquilo que pode ser definido como uma tentativa de homicídio qualificado.
O delgado criticou a vítima. Para esse douto senhor os ciclistas se expuseram ao risco ao não pedirem autorização ao poder público para fazerem a manifestação. E arrematou com uma brilhante frase: “Aqui não é a Líbia. Aqui tem toda a liberdade para fazer manifestação, desde que avisem as autoridades. Faz a tua manifestação, mas não impede o fluxo de automóveis. Se tu impedes, dá confusão, dá baderna, dá acidente. Fica o alerta”.
E a cereja do bolo fica por parte do prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, que, quase tentando inocentar o sociopata do Golf, afirmou, horas depois da tentativa de homicídio, que a reunião de tantas bicicletas seria ilegal. Só faltou fazer coro com Jânio Quadros e dizer que as mulheres são as culpadas pelos estupros sofridos, já que não se vestem decentemente.
Inconscientemente, as autoridades ali não defendiam a pessoa que estava atrás do volante. Defendiam nosso legado, nossa rua como extensão da casa, privatizada, cujo símbolo maior é mesmo o carro. Agiram, assim, como advogados de defesa de uma sociedade segmentada, excludente, violenta. Defenderam o nosso legado, a nossa barbárie.
Chamem o ladrão!
sexta-feira, 4 de março de 2011
Pelotas adere ao protesto nacional
Como consequência do atropelamento ocorrido em Porto Alegre de ciclistas que participavam de uma bicicletada da Massa Crítica, eclodiram em várias cidades ( além de Porto Alegre, em Rio Grande, Florianópolis, São Paulo , Brasília, entre outras) manifestações de apoio às vítimas e de reivindicação por melhores condições para o emprego da bicicleta. Pelotas somou-se a estas manifestações com uma bicicletada, Bicicletada da Paz, que reuniu expressivo número de participantes conforme permite observar a foto acima.
O video a seguir dá também uma idéia do movimento.
foto Nauro Júnior
quarta-feira, 2 de março de 2011
Manifestação de uma Leitora
foto Jefferson Bernardes
Rita de Cássia Arruda, de Brasília, leitora de "Ciclistas Anônimos", envia este texto a respeito do incidente de Porto Alegre:
Caro PR:
Foi com um misto de indignação e incredulidade que assisti pela TV, na noite dessa terça-feira (01/03), imagens dos ciclistas de Porto Alegre - que pacificamente pedalavam em defesa do uso da bicicleta no trânsito - sendo atropelados de propósito por um louco furioso.
Não sem razão, tal cena de dantesca insanidade evocou em minha memória uma outra, igualmente truculenta, ocorrida aqui em Brasília, em 1984, na Esplanada dos Ministérios, ocasião em que um general cinco estrelas avançou o seu cavalo em cima dos manifestantes que marchavam até o Congresso Nacional em prol das Direta-Já, a maioria deles de estudantes, de chicote em punho e cercado de tanques de guerra Urutu.
Causa ainda mais espanto quando se leva em consideração os recentes acontecimentos em prol da democracia e contra a corrupção que vem ocorrendo nos países do norte da África.
Guardadas as devidas proporções, pode-se perfeitamente estabelecer um paralelo entre ambas as ocorrências. Lá, na Líbia, Muammar Khadaf investe mortalmente contra a população, coisa que absolutamente não pode ser justificada, qualquer que seja o ângulo em que se analise a situação.
Aqui, um sujeito que demonstra ser emocionalmente desequilibrado se julga no direito de desembestar o seu carro contra os ciclistas do "Massa Crítica". O argumento pífio do agressor, de que seria linchado pelos manifestantes, contradiz as imagens e por si só não se sustenta. Eu me pergunto: que país é esse, meu amigo?
Nada justifica tamanha brutalidade; nem num caso e muito menos nesse outro, ocorrido na capital gaúcha. É inacreditável que coisas dessa natureza ainda hoje ocorram por aqui, nesse Brasil lindo e trigueiro de meu Deus
Deixo então aqui, no "Ciclistas Anônimos", esse espaço tão criativo e democrático, meu veemente protesto contra tamanho ato de violência e presto ainda minha solidariedade aos ciclistas gaúchos. O Brasil de Norte a Sul espera agora que a justiça seja feita!
Rita de Cássia Arruda, de Brasília, leitora de "Ciclistas Anônimos", envia este texto a respeito do incidente de Porto Alegre:
Caro PR:
Foi com um misto de indignação e incredulidade que assisti pela TV, na noite dessa terça-feira (01/03), imagens dos ciclistas de Porto Alegre - que pacificamente pedalavam em defesa do uso da bicicleta no trânsito - sendo atropelados de propósito por um louco furioso.
Não sem razão, tal cena de dantesca insanidade evocou em minha memória uma outra, igualmente truculenta, ocorrida aqui em Brasília, em 1984, na Esplanada dos Ministérios, ocasião em que um general cinco estrelas avançou o seu cavalo em cima dos manifestantes que marchavam até o Congresso Nacional em prol das Direta-Já, a maioria deles de estudantes, de chicote em punho e cercado de tanques de guerra Urutu.
Causa ainda mais espanto quando se leva em consideração os recentes acontecimentos em prol da democracia e contra a corrupção que vem ocorrendo nos países do norte da África.
Guardadas as devidas proporções, pode-se perfeitamente estabelecer um paralelo entre ambas as ocorrências. Lá, na Líbia, Muammar Khadaf investe mortalmente contra a população, coisa que absolutamente não pode ser justificada, qualquer que seja o ângulo em que se analise a situação.
Aqui, um sujeito que demonstra ser emocionalmente desequilibrado se julga no direito de desembestar o seu carro contra os ciclistas do "Massa Crítica". O argumento pífio do agressor, de que seria linchado pelos manifestantes, contradiz as imagens e por si só não se sustenta. Eu me pergunto: que país é esse, meu amigo?
Nada justifica tamanha brutalidade; nem num caso e muito menos nesse outro, ocorrido na capital gaúcha. É inacreditável que coisas dessa natureza ainda hoje ocorram por aqui, nesse Brasil lindo e trigueiro de meu Deus
Deixo então aqui, no "Ciclistas Anônimos", esse espaço tão criativo e democrático, meu veemente protesto contra tamanho ato de violência e presto ainda minha solidariedade aos ciclistas gaúchos. O Brasil de Norte a Sul espera agora que a justiça seja feita!
Justiça decreta prisão de acusado de atropelar ciclistas em Porto Alegre
O Estado de S.Paulo - Elder Ogliari e Ricardo Valota
A Justiça do Rio Grande do Sul decretou a prisão preventiva do bancário Ricardo Neis, de 47 anos, acusado de ter atropelado e ferido pelo menos 12 ciclistas em Porto Alegre.
A decisão foi tomada no final da noite de terça-feira, pela juíza Rosane Ramos de Oliveira Michels, da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre, a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual.
Durante a tarde de terça-feira Neis se internou numa clínica psiquiátrica da região metropolitana de Porto Alegre.
Na manhã desta quarta-feira,dia 2, o indiciado foi detido pela Polícia Civil no Hospital Parque Belém, clínica psiquiátrica em que havia se internado ontem.
Ainda hoje ele deve ser transferido para a Delegacia de Crimes de Trânsito.
A Justiça do Rio Grande do Sul decretou a prisão preventiva do bancário Ricardo Neis, de 47 anos, acusado de ter atropelado e ferido pelo menos 12 ciclistas em Porto Alegre.
A decisão foi tomada no final da noite de terça-feira, pela juíza Rosane Ramos de Oliveira Michels, da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre, a pedido da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual.
Durante a tarde de terça-feira Neis se internou numa clínica psiquiátrica da região metropolitana de Porto Alegre.
Na manhã desta quarta-feira,dia 2, o indiciado foi detido pela Polícia Civil no Hospital Parque Belém, clínica psiquiátrica em que havia se internado ontem.
Ainda hoje ele deve ser transferido para a Delegacia de Crimes de Trânsito.
terça-feira, 1 de março de 2011
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